Joshua - uma breve biografia
Por Fabio Dias
Assim sendo, o Joshua foi construindo sua reputação bem no comecinho da década de 1980 e, inclusive, teve nomes como Great White e Ratt abrindo suas apresentações nesta época. Não demorou muito para, em 1982, estrearem em disco com "The Hand Is Quicker Than The Eye" pela Enigma Records, que emplacou pelas rádios da cidade o hit "November is Going Away", cuja boa repercussão se espalhou rapidamente pelo resto dos EUA.
Mas a maior surpresa foi o fato de este álbum avançar para outros países e atingir a primeira posição no Japão, cuja imprensa teceu muitos elogios à banda e, principalmente, à velocidade do guitarrista Perahia. E todo seu virtuosismo também foi reparado pela imprensa especializada de inúmeros outros países, tendo a Kerrang o elevando à categoria de 'Personalidade do Ano' neste mesmo de 1982.
Foi neste meio tempo que o guitarrista assumiu o cristianismo, colocando em xeque os músicos que o acompanhavam. Ao anunciar que sua nova fé se estenderia à música, permitiu que seus companheiros decidissem se queriam continuar ou não na banda. O primeiro a cair fora foi o vocalista Stephen Fontaine.
Em 1985, já sob a tutela da Polydor Records, é liberado "Surrender", que trazia como convidados famosas personalidades do Rock Cristão como Jeff Fenholt e Ken Tamplin. Com arranjos reconhecidamente mais profundos e mensagens naturalmente positivas, emplacam "Hold On" e "Your Love Is Gone". A boa fase continua e o novo disco novamente cai nas graças da imprensa.
Mas Joshua queria que seu próximo álbum contasse com o requisitado produtor Dieter Dierks (Scorpions). E foi taxativo neste ponto, pois o guitarrista teve que esperar dois anos (!!!) até que Dierks tivesse sua agenda liberada. Os músicos da banda não esperaram todo esse tempo e seu terceiro disco contou com Emil Lech (baixo), Greg Shultz (teclados), Tim Gehrt (bateria) e a grande estrela, o vocalista Rob Rock (Driver Project).
Tendo assinado com a RCA, enfim, em 1988 a obra-prima "Intense Defense" chega ao público. Ainda que a velocidade, base melódica e o 'jeitão' neoclássico do guitarrista estivessem em seu auge, a atuação dos outros músicos também estão irrepreensíveis, em especial a maravilhosamente potente voz de Rob Rock, possibilitando que este disco fosse considerado por vários críticos como sendo 'o melhor álbum de Metal Melódico de todos os tempos'.
Exageros ou não, seu repertório é excelente e esbanja sentimento a cada composição. Mas infelizmente o disco não recebeu o apoio necessário para vender em seu próprio país, atingindo somente seu público cristão. Mas isso não impediu que novamente a Europa e Ásia os recebessem de braços abertos, possibilitando que o Joshua tocasse para multidões de mais de 40 mil pessoas e abocanhasse nada menos do que 11 discos de ouro - mas, tristeza para seus músicos, nenhum que viesse de seu país natal.
Já era tradição a formação do Joshua não durar muito... Mas desta vez, curiosamente, o guitarrista Perahia seguiu adiante com outro projeto chamado Jaguar juntamente com o vocalista Robin Kyle Bassuri e gravou algumas demos consideradas incríveis por aqueles que tiveram a oportunidade de escutá-las. Mas o Jaguar não passou disso, e então veio outro nome chamado Mpire com Michael O'Mara (voz), Rochrich Joey (baixo) e Eric Stoskopf (bateria), que resultou no álbum "Chapter One", que saiu em 1998 via Long Island Records no Japão e Europa, mas não chegou ao mercado dos Estados Unidos.
Como a Long Islands pediu a falência logo depois de lançar este disco, tudo voltou à estaca zero. Neste mesmo ano Joshua voltou a trabalhar com os companheiros Joey Rochrich e Eric Stoskopf, começando então as gravações com o aclamado produtor Keith Olsen (Scorpions, Heart, Santana). Esse trabalho só saiu no final de 2001 como um álbum-solo do guitarrista chamado "Something To Say", que trazia dois vocalistas - Alex Ligertwood (Santana) e o desconhecido Jerry Gabriel - se dividindo pelo repertório, contando ainda com Scheff (Chicago) para fazer as vozes de fundo e ainda o tecladista Richard Baker (Santana).
Ainda que tenha tido apenas uma moderada repercussão, "Something To Say" reintroduziu o Joshua à cena da música cristã dos Estados Unidos. Mas vendeu muito bem na Escandinávia, Alemanha e Japão, com a imprensa destes países novamente rasgando elogios à obra. A partir daí, o guitarrista se envolveu em alguns projetos, mas sumiu nos últimos tempos...
Texto retirado da nossa página: Cristianismo & Underground
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