Entrevista com a banda Morte de Cruz

Fala galera e leitores do nosso blog. Venho aqui pra publicar para vocês, a nossa primeira entrevista do ano. E escolhi uma banda representante do metal cristão, do meu estado, Paraíba. A entrevista de hoje é com a banda Morte de Cruz. Espero que curtam, sem mais delongas segue a entrevista.

Entrevista realizada por Edy Marques 

P - Nos conte um pouco sobre a banda, como, onde e quando surgiu a banda?

R - A banda surgiu oficialmente em Julho de 2018 na cidade de Bayeux, região metropolitana de João Pessoa – PB; formada por quatro integrantes: Dinho Kadosh (guitarra/vocal), Paulo de Tarso (teclado/back), Ermesson Douglas (baixo) e Neemias Pereira (bateria). Antes de ser oficialmente "batizada" como Morte de Cruz, foi feita a tentativa de ressuscitar a Kinta Advertência, banda na qual participavam Dinho e Paulo na guitarra/back e teclado, respectivamente, que na qual não progrediu.

Formação atual: Dinho Kadosh (guitarra/vocal), Paulo de Tarso (teclado/back), Ermesson Douglas (baixo) e Neemias Pereira (bateria).

P - A banda executa o metal progressivo, uns gêneros que muitos acham maravilhoso de se ouvir e outros acham muito chato, pois alegam ser muita técnica e pouco “sentimento”, eu sou da primeira opção, curto muito o estilo, bandas como: Dream Theater, Seventh Wonder, Angra (na fase mais progressiva), marcaram minha adolescência. Mas enfim, o prog metal é um subgênero que exige bons músicos e muita técnica e pelos vídeos da banda tocando ao vivo que eu assisti, os membros da banda se garantem no que faz, é uma banda bem entrosada, parece que está junta a um bom tempo. Quais influências musicais da banda e dos músicos?

R - Cara, essa pergunta é muito boa e um pouco difícil de responder. Cada integrante tem um gosto peculiar, um subgênero predileto. Por exemplo, Dinho curte muito Death, Prog, Metalcore e Djent; bandas como Shymphony X, Oficina G3, Solution 45 estão no seu set list e músicos como Juninho Afram, Herman Li e Adam Jonathan Dutkiewicz. Paulo curte Shymphonic, Prog, Power e bandas como Deram Theater, Nightwish, Stratovarius; músicos como Jordan Rudess, Rick Wakeman e Junior Careli são suas inspirações. Já Ermesson é do Hard Rock, do Prog e do Death; as bandas prediletas são Rush, Bride, Mortification e os músicos que o inspira são: Geddy Lee,  Billy Sheehan e Júlio César.E Neemias curte Thrash e Death, suas bandas preferidas são Tourniquet e Mortification, e os músicos que o inspira são Ted Kirckpatrick, Mike Portnoy e Beto Cardoso, mas o que ele gosta mesmo é do pagode (risos). Então pegamos tudo isso (menos o pagode), juntamos as técnicas de cada um e fazemos um Prog Metal mais voltado para o peso que para a técnica. Mas sem deixá-la de lado, claro. 

 

Dinho Kadosh- Guitarra/Vocal

P- É do conhecimento da cena cristã paraibana, que alguns membros da banda “Morte de Cruz” tocaram na “Kinta Advertência”, que também praticava um som progressivo. A banda lançou o single “Perdão” em 2014 (ouça o single aqui), depois anunciou através da sua página no facebook o hiato da banda. Ainda em 2017 com o evento “Confraria Underground” a banda chegou a ser anunciada no cast de bandas. Depois disso, as noticias sobre a banda pararam. Podemos dizer que a “Morte de Cruz” é a continuação da banda Kinta Advertência (a banda mudou de nome?) ou é um projeto paralelo dos músicos? Qual a ligação das duas bandas?

R - Sim, é verdade. E bem como já foi citado acima, a princípio a idéia era ressuscitar a Kinta Advertência e foi por isso que a mesma foi citada no cast do Confraria Underground daquele ano, mas por divergências com ex-membros e membros que não participariam do retorno por questões internas a idéia foi descontinuada, e até onde sabemos o projeto continua em hiato sob responsabilidade do último membro, o guitarrista fundador. A Morte de Cruz é uma banda que começou do zero e, mesmo com ex-membros da Kinta e sob a nomeclatura de mesmo estilo, o projeto é totalmente diferente, sem ligação alguma com a banda anterior.

P- Qual fator motivou a banda a escolher o nome “Morte de Cruz”? E qual o significado do nome ou a mensagem do nome que vocês desejam passar?

 

Logo da banda

R - Como dizem: senta que lá vem história...

Tudo começou quando decidimos assumir a identidade própria. Paramos e falamos um para o outro: "Qual vai ser o nome agora? Como iremos nos chamar?" Entre várias  idéias paramos em "Ceifador" (não era o da morte) e "Deathcross" e daí é que começa o tumulto: como somos 4, 2 integrantes gostaram de cada nome e ninguém queria ceder, pegamos quatro pedaços de papel, escrevemos o nome que queríamos, dobramos e chamamos o Edilson, dono do Zona Studio (local onde ensaiamos neste dia) para fazer o sorteio e o resultado foi "Ceifador". Fomos conferir e já existia uma banda com esse nome. O #teamdeathcross comemorou, mas foi por pouco tempo pois também já existia uma banda com o mesmo nome. Daí então o pai de Neemias citou Filipenses 2:8, então Ermesson sugeriu em português mesmo, e todos concordamos.

Sempre que terminamos um evento falamos para as pessoas ali presentes que quando ouvirem o nome "Morte de Cruz" não lembrem apenas de quatro caras que estão ali fazendo um som pesado, mas lembrem da pior e mais humilhante forma de sofrimento que alguém passou por nós para a época, do quanto foi doloroso todo esse processo para que a profecia fosse cumprida e a morte na cruz fosse superada. Lembrando que o homem que morreu na cruz tinha todo o poder e glória voltados para si mas não teve por usurpação ser igual a Deus mesmo sendo Deus, mas se esvaziou de si mesmo e foi obediente até a morte e, como o nome da própria banda sugere, Morte de Cruz.

P- Aparentemente vocês são a única banda cristã de Metal na Paraíba que está na ativa, É isso mesmo? Fale um pouco como vocês tem lidado com isso?

R - Com a vertente "metal" sim, mas existem mais bandas na ativa, como Fermer (Hard Core/Punk/Screamo), Pacto 7 e Sector 4 (Alternative Rock), Apolyti (Punk Rock) e novos projetos que estão surgindo como Banda Cais que estão trazendo uma proposta bem aos primeiros CDs do Fruto Sagrado, e Gonnia que estão trabalhando na vertence do Djent que está ficando fenomenal. Quase todas as bandas tem material nas plataformas digitais, vale a pena dar uma conferida. Os eventos de 2020 estarão bem nutridos de muito material bom.

P - Na opinião da banda, como está a cena no seu estado? 

R - A cena está passando por uma fase de renovo, onde novas bandas e novos organizadores estão surgindo  para reerguer a cena no estado. Mesmo sendo lento, é um processo árduo onde cada esforço é válido. Apesar de todas as dificuldades com local, espaço e preconceitos com empenho e união conseguirão levantar a cena paraibana com grandes representantes e, se assim Deus permitir, conseguir chegar ao nível dos tempos de ouro dos anos 2000.

 

Paulo de Tarso (teclado/back)

P- O que vocês acham da cena underground Cristã no País? Acreditam que falta mais apoio e união?

R - Sim, faltam apoio e união para a cena cristã no país. São poucas as bandas que conseguem sobreviver no cenário atual com o real apoio da cena, onde temos como exemplo o Antidemon à nível nacional e até mesmo internacional e algumas bandas locais que se destacam em suas localidades. E muitas vezes a própria galera não apóia a sua cena local, onde muitas vezes prefere pagar altos valores para uma banda internacional e não ajuda a cena local, e assim a cena nacional em sua totalidade não cresce.

P- O que fazer para melhorar a cena local e nacional?

R - Apoiar as bandas locais indo aos eventos, comprando material e divulgando. Se todos apoiarem as suas cenas locais a cena nacional cresce automaticamente. Outra ideia que ajudaria muito é o apoio das bandas entre si, onde muitas vezes em eventos as bandas não curtem umas as outras, tocando e saindo do local do evento.

 

Neemias Pereira- Bateria

P- A banda já tem algum material oficial gravado ou previsão para um futuro lançamento?

R - Ainda não temos nenhum material disponível, mas as gravações já foram iniciadas. O lançamento do EP está previsto para esse ano, e se for possível o Full álbum.

 

Ermesson Douglas- Baixo

P- Qual o meio da banda para Contato para shows e parcerias?

R - Temos nossas páginas no Instagram e no Facebook, e lá também tem o contato de cada integrante. E também pelo Whatsapp (83) 99962-5981.

P- Obrigado pela entrevista galera, estou ansioso pelos lançamentos da banda e torço para que a cena cristã paraibana volte as atividades com mais frequência e que surjam mais bandas, aqui deixo o espaço para que façam suas considerações finais e deixem um recado para os seguidores que curtem a nossa página e blog ‘Cristianismo Underground.'

R - Agradecemos imensamente ao Cristianismo Underground e ao Edy pela entrevista concedida. É uma honra representar o metal e a cena paraibana e estamos trabalhando junto às bandas locais para reerguer a cena. Espero que todos tenham gostado da entrevista e se divertido assim como nós. Sigam-nos nas redes sociais @mortedecruzoficial para mais novidades e acompanhar nossos futuros lançamentos. E lembrem-se: a Morte de Cruz foi necessária para que toda autoridade no céu e na terra fosse dada a Ele. Deus os abençoe grandemente.