Cultura, Cristianismo e Paraíso na Terra
Fala galera, passando aqui para deixar uma reflexão.
O Cristão tem um mandamento por parte do nosso Senhor Jesus Cristo para cristianizar culturas? O cristão tem um chamado para transformar esse mundo em um mundo totalmente cristão? Se você tem interesse em saber mais a respeito, continue a leitura.
Outras questões: O que é o Cristianismo? Cristianismo é um conjunto de regras, comportamento e código de conduta?
Começou a pensar? Então vamos lá.
Digamos que a resposta seja sim, vou te fazer outra pergunta: você que professa a fé Cristã, consegue cumprir todas essas regras, cumprir toda lei? Você nunca peca? Você é um ser perfeito, sem erros, falhas, pecados etc.?
Se você acha que sim e ainda tenta se justificar, deixa eu lembrar uma passagem bíblica:
"Porquanto, quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas uma das suas ordenanças, torna-se culpado de quebrá-la integralmente." - Tiago 2:10
Pois é, se nem mesmo os cristãos, embora devam, como diz Martinho Lutero refletir se está cumprindo os dez mandamentos, não conseguem cumprir toda lei, quem dirá dos não-cristãos que não têm o Espírito Santo e são escravos do pecado?
Feito essa breve reflexão, vamos ao próximo ponto.
Hoje em dia é muito comum ver cristãos cometendo os mesmos erros que outras tradições e cristãos antes de nós fizeram: tentar controlar a cultura, cristianizar tudo, fazer um governo cristão na terra (sendo que o próprio Cristo disse que o Reino dele não/é era desse mundo). E muita das vezes deixando ideologias políticas, materialistas e humanas assumirem o guia da sua vida e esquecendo-se dos ensinamentos de Cristo, o homem-Deus.
Ao longo da história vemos pessoas tentando cristianizar o Estado, (misturando os dois reinos - quer saber mais leia aqui: clique ) implantar monarquias cristãs, comunismo cristão, governos só para cristãos, obrigando pela força as pessoas seguirem a fé, querendo instalar um paraíso na Terra etc., como se isso fosse gerar fé no coração das pessoas.
Aliás, a História nos mostra os maus exemplos dessas atitudes quando houve essa mistura diabólica. Por mais que tentamos, e eu creio que devemos lutar por um mundo melhor, e como professor, acredito que a Educação é o caminho para despertar essa mudança, e também creio que todo ser humano deveria pensar em construir um mundo melhor mais justo, honesto, menos desigual, etc., afinal o Futuro em uma perspectiva humana não está determinado.
Contudo, falando em uma perspectiva bíblica e teológica, enquanto cristão, também creio que o pecado existirá na terra, até a volta de Cristo e o fim deste mundo. Por esse motivo, eu não acredito em paraíso terrestre, mas creio que mudar o mundo para melhor é possível, embora a mancha do pecado permaneça e com isso vêm todas as consequências dela.
E aqui não estou enfatizando ou propagando o discurso legalista de que o Cristão não pode adotar posição política A ou B, ou ser adepto, simpatizar ou professar qualquer outra filosofia. Ele tem a sua liberdade, liberdade limitada pela própria lei e princípios de Cristo, expostos claramente nas Sagradas Escrituras. Já falei sobre política e cristianismo nesse blog, leia esses artigos: clique aqui e clique aqui.
Enfim, para os CRISTÃOS que ainda acreditam nessa possibilidade de um paraíso terrestre ou mundo cristão, aqui deixo para encerrar uma reflexão de um dos melhores livros que já li:
"Independente
de a Igreja tentar governar a cultura ou querer formar a sua própria
cultura, o pecado está impregnado nela muito profundamente. Nenhum
desses esquemas dá certo. As monarquias cristãs sucumbiram à corrupção.
As comunas cristãs se dissolveram devido à inveja, aos conflitos de
personalidade e ao pecado público. Ninguém, incluindo os cristãos,
consegue viver uma vida perfeitamente moral, muito menos obrigar alguém a
fazê-lo. Por causa disso, todas as tentativas de erigir uma cultura
perfeitamente cristã naufragam."
E fica claro que tais tentativas são embasadas na teologia da glória e não no Evangelho de Cristo, conforme diz o Escritor Luterano Veith Junior:
"Independente de pregarmos a
necessidade de conformidade com a sociedade ou querermos reformá-la, ou
ainda nos separarmos dela, todas essas opções são teologias da glória,
não Evangelho. Elas reduzem o cristianismo a regras, comportamento e
código de conduta – negligenciando o fato que seres humanos estão em tal
cativeiro do pecado que eles não conseguem cumprir a Lei. Mais
profundamente, elas negligenciam o fato de que o cristianismo trata da
graça de Deus, da expiação de Cristo e do perdão dos pecados. Dito de
outra forma, em sua ambiciosa construção do reino, elas exibem a
teologia da glória ao invés da teologia da cruz."
VEITH JUNIOR, Gene Edward. Espiritualidade da cruz. 2. ed. Porto Alegre: Concórdia, 2015, p. 98
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Muito bom!!!
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