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O Metal Cristão no Brasil- Entrevista com Claudio Tiberius

Saudações! Headbangers, Metalheads, Punks, Góticos, e demais apreciadores e curtidores da nossa página.  A entrevista de hoje é com o brother “Claudio Tiberius”. Cristão, Headbanger, editor de imagem na TV cultura no jornalismo. Uma figura muito importante para o surgimento e desenvolvimento na cena/movimento Metal Cristão no Brasil. Principalmente no Estado de São Paulo. Trabalhou como produtor e editor de videoclipes de bandas do Underground nacional, tais como: “Torture Squad - abductions was the case”, “Panzer - Fake  games heroes”, “Destra - YOU shold believe,” entre outras.  A entrevista é um pouco longa (a mais longa que fiz até agora no blog rs), pois aborda vários temas, desde a sua vida pessoal na fé cristã e sua relação com o Metal, o surgimento do Metal Cristão no estado de São Paulo, as bandas que surgiram no contexto, a origem do CMF, o zine White Metal Detonation, um pouco da história das bandas Devilcrusher, Berith, e alguns acontecimentos no meio underground, entres outras coisas.  Sem mais delongas, abaixo segue a entrevista.

Cristianismo Underground: Nos dias atuais, existe uma tremenda facilidade de obter informações sobres bandas de Metal Cristão, em um incrível nível de velocidade. Mas nos anos 80, sem a internet, as coisas eram mais complicadas no acesso às informações. Então nos conte como você conheceu o Metal Cristão? Através de qual meio? Quais foram as primeiras bandas que você conheceu?  E qual foi a sua reação? 

 C. Tiberius:  -Bem. A primeira banda que tive acesso foi o Petra num evento chamado FESTA DAS NAÇÕES [em VHS].  Nunca havia visto nada igual. Banda de rock com 5 componentes num show eletrizante. Isso foi em 1984. Mas na época eu estava resistente ao rock. (Bobeira de "seguidores de Paulo Coelho".  O profeta dos crentes preconceituosos). Aquilo ficou na minha cabeça.  Aí depois de entender como as coisas funcionavam comecei a comprar uma revista chamada METAL. Ali tive acesso a uma matéria sensacional sobre o STRYPER. Aquilo sim foi o divisor de águas. 
Cristianismo Underground: Você é conhecido por muitos na cena cristã underground, como uns dos primeiros ‘Pastores  Headbangers’ do Brasil e um ícone do “Metal Cristão brasileiro”, tendo uma grande importância para o desenvolvimento da cena em seu estado, você foi uns dos líderes e responsáveis pelo início da cena do metal cristão no estado de São Paulo.  Me fala um pouco sobre o seu chamado, como e quando aconteceu? 

C. Tiberius: Estava muito incomodado com todo esse lance de rock e heavy metal. Mas no dia 19 de janeiro de 1985 minha família estava assistindo o ROCK IN RIO.  Foi quando durante o show do WHITESNAKE,  eu fiz uma breve oração pedindo a Deus que levantasse alguém para falar aos Headbangers do amor de Jesus. Senti uma voz no coração dizendo "ok. Estou enviando vc". Segui aquela palavra e passei a entregar folhetos nas ruas e em bares de Heavy Metal.

Cristianismo Underground: As primeiras bandas de Metal Cristão no Brasil, começaram a surgir nos primeiros anos da década de 90. Temos registros de bandas dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro. Ex: AfterDeath ( ES-1992?) ,Trino (1992-1993-ES), The Joke? (MG- 1992), Tribal Rites-1993 (MG).  Fale sobre as origens e as primeiras bandas de Metal cristão no estado de São Paulo. Como era a cena na época? Existiam muitas bandas boas? Qual a relação do Estado de SP com os outros estados?

C. Tiberius: As primeiras bandas a surgirem em São Paulo foram o Martyria e Calvário (na ativa até hoje). Eram muito boas. No interior, em Campinas, surgiu a banda crossover JUSTA ADVERTÊNCIA.  
Em 1993 montei com meu cunhado a banda DEVILCRUSHER (que foi a primeira banda death metal nos moldes cristãos na capital paulista). Nossas relações com essas bandas eram muito boas. O AfterDeath já fazia algo diferente tocando fora dos espaços cristãos apenas. 
Havia um desejo puro de levar Jesus através da música.  Mas eu penso que quando virou um movimento, isso se perdeu um pouco. 
Não que não exista mais bandas com aquele desejo simples. Não é isso. Mas muitas bandas acham mais importante o movimento White e tocar em eventos cristãos.  Isso não é algo exclusivo no Brasil. Tem muitas bandas que preferem tocar apenas em espaços onde elas podem falar sem ser incomodadas.  Não sei hoje, mas o BRIDE tinha essa postura.

Cristianismo Underground: Sabemos que naquele tempo existia/existe um forte, preconceito das igrejas mais tradicionais em relação as bandas cristãs de Heavy Metal, com Headbangers e demais tribos urbanas. Você já foi alvo de algum preconceito? Se sim, conte um caso sobre. Como era sua relação com as igrejas?

C. Tiberius: Acho que de alguma maneira fui abençoado com isso.  Cheguei a falar em igrejas batistas e presbiterianas sobre o evangelho no meio underground sem problemas. 
Mas por incrível que pareça tive duas experiências esquisitas na igreja RENASCER EM CRISTO (onde eu ia na época). Um dia passei mostrando a bíblia para que as pessoas parassem de me olhar torto... (risos) esse é o mau dessas igrejas que pregam prosperidade... vc tem que ser "mauricinho"... e num acampamento fui conversar com um grupo que confessou estarem preocupados se éramos cristãos de verdade... (risos) hoje eu lembro disso e dou risada...

Cristianismo Underground: Poucas bandas cristãs de Heavy Metal têm apoio de igrejas, e coisas do tipo, pois ainda existe a mentalidade que o Rock/Metal está associado à algo demoníaco. Naquela época, era bem mais comum as bandas não terem apoio. Existiu alguma igreja que abriu o espaço para as bandas de Heavy Metal naquele tempo?

C. Tiberius: Como eu disse, os irmãos ouviram as palavras do "profeta" Paulo Coelho, quando ele escreveu que o diabo era o pai do rock.
Mas nesse intervalo conheci um missionário chamado SANDRO BAGGIO.  Ele trabalhava na missão OM e tinha uma vasta coleção de fitas K-7 de bandas cristãs de metal. Voltando para o Brasil, ele iniciou o REFÚGIO DO ROCK que foi a primeira casa que se tem notícia a abrir espaço para bandas de Heavy Metal com temática cristã.  Foi um marco onde as bandas tinham espaço e apoio. Isso em 1993. Um ano depois a Renascer abriria espaço no COPAN e várias outros locais surgiriam abrindo espaço para as bandas.

Cristianismo Underground: Nos conte um pouco sobre o C.M.F (Christian Metal Force), como se deu o seu surgimento? Qual era o objetivo do CMF?  E a qual foi sua importância para a cena? 
Galera do CMF com o cartaz que foi colocado no primeiro show do Metallica no Brasil em 1989

C. Tiberius:  O CMF nasceu as vésperas do primeiro show do METALLICA no Brasil em 1989 numa reunião realizada na minha casa. O objetivo era totalmente de levar a Palavra não importava onde e apoiar de forma total as bandas e ministérios.  Infelizmente, depois que o trabalho passou para a RENASCER ficou fechado no gueto da igreja, o que não era o objetivo inicial. Hoje em dia não é a mesma coisa dos anos 90, mas também não posso ser leviano em dizer que hoje perdeu seu valor. 
Na verdade, não tenho muita informação de como esta agora, mas sei que algumas pessoas estão saindo das 4 paredes e quebrando barreiras, fazendo a diferença aqui e ali. Mas as coisas mudaram muito... Não dá para dizer que hoje em dia o CMF tem a mesma proposta do início, afinal o CMF (ministério) hoje, tem que seguir a "cartilha"

Cristianismo Underground: Evangelizar, levar a mensagem de Cristo para Headbangers, Punks, Skinheads, Góticos, etc, não é uma tarefa que todos os cristãos querem assumir. Até porque sabemos que no universo do Rock/Metal, existe uma certa resistência ao Cristianismo, e se vier uma pessoa toda “empalitozada” e tentar evangelizar essas tribos urbanas, muitos serão totalmente ignorados ou até xingados. Quais estratégias vocês usavam para evangelizar os headbangers? Nos conte sobre a experiência do CMF no show do Metallica.

Cara, não tinha uma "estratégia". Nós íamos aos locais levar a Palavra usando folhetos que nos mesmos confeccionávamos.  O que existia era um desejo genuíno que as pessoas conhecessem JESUS e só.  Nós gostamos muito de Heavy Metal, mas acima de tudo amamos as pessoas. Por isso nós íamos até elas.  No underground não existe 100% de pessoas burras ou carentes. Muitos sacavam durante as conversas que queríamos apenas seguir como amigos e levar algo novo. Levar as boas novas sem exigir nada das pessoas. 
 O respeito foi a maior arma que tivemos. Temos amigos até hoje que mesmo "sem ser convertido" a essa ou aquela crença são pessoas que amamos e respeitamos.  Isso faz a diferença.  O cara não precisa estar de terno. Se ele aparecer com um visual "incrível" e se não conseguir "converter" o cara, e abandonar, já se sabe que ele não tem o principal que é o amor. Tem apenas o interesse. Esse não vai conseguir muita coisa... Quando fomos ao show do METALLICA levamos folhetos e uma grande bandeira com os segui teste dizeres: METALLICA JESUS LOVES YOU
E colocamos na frente do palco. Assistimos o show. Ficamos com os Headbangers.  Fizemos amizade e muitos viram que não estávamos ali para "converter" ninguém. Estávamos ali para dizer: "gente Jesus é Deus é Ele ama as pessoas"

Cristianismo Underground: Sobre o Espaço “Refúgio do Rock”, conte como surgiu, e qual o impacto e importância do mesmo para a movimentação da cena cristã e o surgimento da coletânea “Refúgio do Rock”. Qual foi o evento mais marcante que aconteceu nesse espaço?

 C. Tiberius:  O REFÚGIO DO ROCK surgiu em julho de 1993. Justa advertência e Devilcrusher inauguraram o lugar. A Casa foi um marco. Às sextas feiras às bandas e o público tinha algo apara fazer. O Refugio do Rock foi uma iniciativa do pastor Sandro Baggio. Amigo e companheiro de batalhas durante muitos anos. Ele viu a possibilidade de ter um espaço para bandas cristãs pesadas… depois de conhecer um espaço alternativo chamado Steiger na Holanda (Amsterdã) onde aconteciam shows Punks. Principalmente com a banda NO LONGER MUSIC.Com o espaço vieram mais bandas, mais respeito e mais oportunidades.  Os principais, além dos muitos shows semanais, foram as duas versões do festival WM detonation e o espaço aberto para o show da banda TOURNIQUET em 1995.Naquele mesmo ano o Refúgio encerrou suas atividades.

Cristianismo Underground: Uns dos meios de divulgar notícias de bandas e novidades da cena cristã underground eram os Zines. Sabemos da existência do fanzine “White Metal Detonation”. Nos fale um pouco sobre o trabalho do mesmo e a sua contribuição para o fortalecimento da cena.  É verdade que a Refúgio do Rock tinha uma parceria com a revista Rock Brigade? Como era essa relação? 

C. Tiberius:  O WM Detonation foi uma iniciativa de um amigo chamado Emerson que desejava divulgar as bandas com o zine mesmo. Aquela coisa pequena e informativa. Quando ele passou a bola para o Sandro Baggio a coisa tomou outro rumo. O Sandro junto com o Samuel Borges, eu e o Christian que era baixista da banda JUSTA ADVERTÊNCIA, começamos a trabalhar de forma a tornar o zine numa pequena revista que teve um impacto grande dentro da cena musical pesada. Sobre a Rock Brigade, até onde eu sei, o editor chefe e o Samuel eram amigos e algumas poucas parcerias foram feitas. Resenhas, eventos... foi isso.

Cristianismo Underground: Existia esse lance de “White Metal x Black Metal”, cena cristã x cena secular? Como era relação da galera do movimento cristão com o movimento secular?

C. Tiberius: Nos anos 80 e 90 era normal. Apesar da galera detestar o lance do Stryper de jogar Bíblias para a plateia, havia muito respeito pela banda e uma devoção pelo TROUBLE. Mas no momento em que as coisas se tornaram mais abrangentes e ao amor pelo movimento WM tomaram importância maior as coisas começaram a sair do controle. Nesta época eu era baterista da banda DEVILCRUSHER e como banda decidimos "sair da cena" pois não queríamos mais ligação com o movimento. Muitos preferiram ficar no movimento WM.  A partir disso começou essa guerra boba entre Black e Whites.



 
 
 
Cristianismo Underground: Nos fale um pouco sobre o primeiro congresso do underground cristão e o primeiro evento de Metal Cristão no Brasil.  Como foi o público? Quais foram as bandas que participaram do evento?  E como foi o retorno após o show para a cena como um todo no contexto nacional?

C. Tiberius: O primeiro encontro nacional do underground cristão reuniu quase 40 pessoas de várias partes do Brasil. Foram 2 dias e meio num feriado. Em 7 de setembro de 1990. Foi realizado na igreja PRESBITERIANA do Jabaquara. Teve estudo bíblico, muito bate papo e um show com 2 bandas. Foi algo marcante. Sobre o primeiro festival do Refúgio, bandas como AfterDeath , Necromanicider, Calvário, Devilcrusher e Justa Advertência  levaram mais de 400 pessoas ao espaço.  Foi sensacional. Estes eventos uniram bandas e ministérios e todos queriam ser um.

DevilCrusher e Dorsal Atlântica


Cristianismo Underground: Você participou de duas bandas que foram de suma importância para a cena do Metal Cristão no estado de São Paulo: ‘Devilcrusher’ e ‘Berith’ nos anos 90. E o seu legado se estende até os dias atuais, influenciando novas bandas cristãs que praticam um Death Metal. Nos conte algum caso inusitado que aconteceu com sua banda. Vocês já chegaram a serem agredidos ou boicotados em eventos seculares? Atualmente você está tocando em alguma banda?

C. Tiberius: A proposta do DEVILCRUSHER era sim ser uma banda com postura e atitude cristã.  Mas, com o passar do tempo virou atração para crente.
Fazíamos poucos shows fora da igreja. Eu lembro que uma vez fomos convidados para abrir um show no rio de janeiro para a banda dorsal atlântica.  Fomos com uma pressão de rejeição por parte dos mais radicais. Bem, nós tocamos e foi incrível!  O público do Rio de Janeiro é apaixonado por metal. Quando ao show começou nos preocupamos em tocar apenas.
A recepção por parte do público foi animal. Depois disso vimos que a festa tinha que parar. Logo depois de um show ainda como Devilcrusher concluímos que o tempo da festa tinha acabado. Fizemos um show de despedida no Refúgio.  Lembro que naquela noite tocamos com Corpse paint e fomos chamados por alguns de palhaço.  Um tempo depois o ANTESTOR tocou com Corpse paint e aí todo mundo achou o máximo. 
Parece mágoa, mas não é.  Pelas besteiras que envolvia o movimento por parte de alguns. Fomos pioneiros em algumas coisas.
E esse lance de pintar o rosto era inédito.  Fomos vistos como palhaços e depois "desviados ". Anunciamos o desligamento do movimento. Não de Cristo. Isso foi mal interpretado naquela época. 

"Passamos a compor material novo. E muito embora muitas pessoas entendessem ou vissem o Berith como banda cristã ou como "infiltrados “ como os desinformados insistem em nos rotular, não éramos nem uma coisa nem outra. Queríamos ser uma banda que tivesse algo a mais para dizer além de ódio e radicalismo. Certa vez fomos tocar num evento com uma banda de Death Metal bem popular de São Paulo. Uma semana antes fui panfletar e divulgar o show do Berith. Aí um cara veio e me disse que não iríamos tocar. Estávamos todos sentados no bar. Só que o cara era muito alto e resolvi ficar em pé. Aí todo mundo levantou e ficou aquele clima. Aí eu perguntei para o cara, Por que não poderíamos tocar.
Ele disse:"vcs são white". Neguei sobre o movimento e falei:
"Nós não somos White, mas eu te pergunto: seu problema é por que sou cristão ou por que sou White?"
Meu problema é se vocês forem White!  Disse ele.
Ao que respondi: “sou cristão mas não sou White,  tudo bem?"
Ele pensou um pouco e disse: "bem, se vocês não são White tudo bem"
Tocamos na semana seguinte e foi muito bom.

Meses depois iríamos tocar numa casa bem legal e um grupo de desocupados disse que se tocassem os eles iriam quebrar tudo. Encontrei o organizador e ele disse que não poderíamos tocar. Fiquei revoltado. Depois de 3 meses fomos convidados para tocar na casa. Fizemos um show insano. No fim ele veio e pediu desculpas. Afinal ele imaginou que queríamos transformar o palco em púlpito e obrigar as pessoas a irem a igreja e deixar dinheiro. Eu disse. Cara você não nos conhece. Até hoje tenho bom contato com esse organizador. Sobre banda hoje em dia. Tenho um projeto, mas ainda não conseguimos sair dos ensaios por questões particulares. Vamos ver se este ano conseguimos tornar realidade e voltar aos palcos. Mas assim que tiver algo eu falo.




Cristianismo Underground: Para você, o que caracteriza uma banda ser identificada como Metal Cristão? Somente as temáticas, ou vão além disso?

C. Tiberius: Hoje em dia a temática fala mais alto. Parece que o cristão tem dificuldade de escrever algo diferente. Tem sempre que impor as "ideias cristãs"
Olha o herege falando ... (risos).
As bandas hoje em dia não deveriam se preocupar com o rótulo.  Deveriam ser as melhores e permanecer trabalhando. Escrever coisas mais inteligentes do que somente dar um (Control + C+ Control +V) nos textos bíblicos ou nas doutrinas ditas do palco da igreja. Ser cristão de fato. Sem querer defender Deus entende? Ele não precisa de advogado e respeitar as pessoas acima de tudo.

 Cristianismo Underground: Você acha que nos primórdios dos anos 2000, a cena cristã, perdeu o rumo, saiu do foco principal? Se sim, o que levou a isto?

C. Tiberius:Como eu disse antes. Quando o movimento passou a ser mais importante a casa começou a ruir. Aí entra aquele desespero em querer ter razão sempre. Isso é uma característica dessa geração.  Principalmente na internet.
Não posso falar da cena mais. Não a conheço.  Não acompanho, não participo. Vou em um ou outro evento cristão e escolho muito o que vou ver. Gosto muito da banda Over Death. Sou amigo pessoal do Leandro e da Suellen e do Paraguai (baterista).
Mas meu contato é com as bandas que gosto. Mesmo não tendo nada de "cristão". Ao que se deve isso? Cansado de ver as pessoas desesperadas em provar algo relacionado ao evangelho. O foco foi perdido. Em algum momento alguém vai perder o foco. O Berith perdeu o foco é isso foi o fim. Aprendi muito com erros. Fico indignado que uma banda como o Antidemon que já rodou o mundo e fez muito mais que muitas bandas ditas "truzona" por aí, sofram tanto preconceito.  Mas as vezes o público transforma as bandas em "razão para viver" e esse caminho é perigoso.

Cristianismo Underground: Como você ver hoje o movimento Metal Cristão tanto no contexto internacional, como no Nacional? Qual a dica você daria para os que participam da cena underground cristã no Brasil, como os mesmos devem contribuir para o fortalecimento do movimento? 

C. Tiberius:Eu acho que não existe mais movimento.  Existe alguns perseverantes que vira e mexe faz um show legal, mas na maioria das vezes dentro do contexto eclesiástico (da igreja). Mas como eu disse. Não estou tão a par para dar uma opinião e sinto muito se isso entristecer alguns. Mas já vi mais coisa que a maioria das pessoas atuais (jovens nascidos no final dos anos 80 ou 90) imaginam.  Isso é arrogância?  Não.  É constatação e opinião. E isso é muito pessoal.
Enquanto as pessoas desejarem mais o movimento do que o evangelho vai ser isso. Boas bandas enfiadas dentro das igrejas, fazendo festivais com 200 pessoas cristãs. Mais muros sendo construídos e mais ódio sendo exalado. E o que é pior, por ambas as partes. E ainda vão dizer que estão sendo "perseguidas".

Cristianismo Underground: Sabemos o quão é complicado ter bandas underground e cristã atualmente.  Qual o conselho que você dar para aqueles que estão chegando, pensando em formar bandas?

C. Tiberius:Não monte uma banda para "ganhar o mundo" pra Cristo. Se sua banda não consegue alcançar o vizinho o que dirá o mundo. Não queira competir no meio underground. Muitas bandas (não cristãs) já fazem isso. Respeite a ideologia das pessoas. Ninguém é obrigado a nada. Nem gostar de sua banda. Escreva coisas inteligentes e acima de tudo viva o Evangelho. Cuidado quando o sucesso vier. Fico triste com o que aconteceu com o
AS I LAY DYING E tem muita gente que adorou e disse bem feito... "afinal eles não eram crentes". Alguém aqui vivia com eles para saber o que aconteceu realmente?
Obrigado pela entrevista Claudio Tiberius, realmente foi muito interessante a sua fala, pois muitos headbangers, rockeiros, metalheads, punks, etc ... não conhecem quase nada sobre o Metal Cristão no Brasil em suas origens. Sua fala nos trouxe muitas informações importante sobre o início do movimento underground do Metal cristão no estado de São Paulo e no contexto nacional. Agora o espaço final é seu, faça suas considerações finais e deixe um recado para os headbangers que curtem a página 'Cristianismo Underground.'
C. Tiberius:Obrigado pela oportunidade. Espero ajudar. Sempre.
E algo muito importante:
Permaneçam em Cristo. Movimentos passam.

Quem quiser entrar em contato com o Tiberius, abaixo segue os contatos:
e-mail: ctsete65@gmail.com
Twitter:@claudiotiberius
FB.com/claudiotiberius
Canal UnderNoise producoes
youtube.com /c/undernoiseproducoes

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9 comentários:

  1. Muito massa, fiz parte de um pedaço dessa historia, pena que hoje a essência se perdeu mas o pouco que vivi foi demais, Claudio foi uma das primeiras pessoas que conheci nesse meio, época muito boa, grandes lembranças.

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  2. Cláudinho , meu brother, sou muito grato a Deus pelo sua vida e por tudo que sempre fez pela cena e pelas vidas. CMF não deixou de ser o que sempre foi. De fato, cresceu e com o crescimento outras interpretações estratégias foram agregadas para alguns.

    Mas ainda existem joelhos que não se dobram! Eu ainda to lá!!!!

    Abraço
    michelcmf@gmail.com

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  3. Muito bom achar essa entrevista, conhecer um pouco da origem desse movimento aqui no Brasil o/
    Que Deus continue abençoando a todos que estao envolvidos nessa cena. O caminho é árduo, mais a vitoria é certa pra aqueles que perseverarem..

    Valeu ai por disponibilizar!!

    .......Grind'n'Roll....... \m/

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  4. Muito bom achar essa entrevista, conhecer um pouco da origem desse movimento aqui no Brasil o/
    Que Deus continue abençoando a todos que estao envolvidos nessa cena. O caminho é árduo, mais a vitoria é certa pra aqueles que perseverarem..

    Valeu ai por disponibilizar!!

    .......Grind'n'Roll....... \m/

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  5. Obrigado galera que curtiu a entrevista. Essa entrevista serviu de pesquisa para o meu TCC. Escrevi sobre a história do Rock/Metal Cristão desde o surgimento no contexto internacional a sua chegada no Brasil.

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  6. Cara, entrevista top.
    Fiz parte do CMF de 99 até 2004, onde ralamos um pouco para manter o foco
    Infelizmente houve muitas mudanças que influenciaram bastante na forma que o trabalho eea feito.
    Tive banda punk durante 4 anos, e poucos foram os lugares fora da igreja que tocamos. E sempre fomos respeitados pela galera em geral.
    É isso, que o rock jamais morra!
    God bless!

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